20 de maio de 2025 – 11h44
(Crédito: Shutterstock)
A busca cada vez mais frequente por saúde e por um estilo de vida mais ativo tem incentivado mais mulheres a entrar na prática esportiva. Nos últimos anos, temos acompanhado o crescente número da presença feminina em academias, grupos de corrida e em provas em geral.
Hoje, as mulheres são maioria no número de novos praticantes de esportes.
Nas provas de triatlo, por exemplo, houve um aumento de 35% de participantes do sexo feminino nos últimos 4 anos. São provas de resistência e de uma exigência tão grandes, que são chamadas de Iroman.
A explosão da corrida e dos grupos relacionados é um fenômeno mundial que registra números impressionantes. O relatório do Strava de 2024 sobre a prática esportiva registrou um aumento de 60% no número dos clubes de corridas cadastrados na plataforma de um ano para outro. Entre as mulheres, houve um aumento de 80% na quantidade de participantes que ingressaram em um grupo de corrida, em comparação a 2023.
E aqui vale um destaque para uma característica das mulheres: elas preferem a atividade em grupo. 35% disseram que praticam atividades em grupo aos finais de semana, número 20% superior aos homens, que registram 15%.
Se as Olimpíadas de 2024 trouxeram equidade no esporte, isso se refletiu na sociedade. 63% das mulheres entrevistadas pelo Strava demonstraram otimismo em relação a essa equidade. O que mostra que estamos em um bom caminho, apesar de 1 em cada 4 delas relatar dificuldade em conciliar a vida pessoal e profissional com a prática esportiva. Ainda podemos ver claramente a carga do trabalho invisível que as mulheres carregam.
Ainda assim, o relatório traz dados muito otimistas que devem ser comemorados. O aumento de 11% no número de ciclistas mulheres, o crescimento de 25% delas no registro de exercícios de musculação, e 40% de aumento nas atividades de corridas e pedaladas indoor na comparação entre 2023 e 2024.
Nesse último dado, faço uma análise bem ponderada, como praticante de corrida que também sou: muitas vezes, as mulheres se sentem inseguras em praticar atividades físicas sozinhas ao ar livre e acabam preferindo o ambiente mais seguro e controlado de uma academia ou clube, onde estão acompanhadas. Triste realidade.
Ainda falando sobre corrida e o número crescente de mulheres praticantes, dentre os corredores usuários da plataforma, 16% das mulheres registraram uma meia maratona ao longo de 2024, contra 17% de homens. A igualdade de gênero realmente vem chegando ao mundo da corrida. No número de maratonas, o gap é maior: são 5% de mulheres contra 8% dos homens. Aqui, mais uma análise: treinar para uma maratona exige mais tempo e muita dedicação, o que vai de encontro ao ponto mencionado acima, de que 25% das mulheres relatam dificuldades em conciliar a rotina de treino com as outras atividades do dia a dia.
O relatório ainda traz outros pontos bem interessantes, como a associação da prática esportiva e a busca por saúde mental e longevidade. As gerações atuais parecem finalmente ter entendido o equilíbrio entre essa equação e sobre o quanto uma atividade física está entrando na vida das pessoas, mas principalmente das mulheres, que até então eram minoria. A busca por relacionamentos sociais também é um fator-chave no aumento da prática esportiva. Em clubes e ambientes esportivos, você tem uma chance muito maior de se conectar a pessoas que têm os mesmos interesses que os seus. É uma ótima forma de conhecer novas pessoas em um ambiente que favorece a profundidade de relações.
O esporte está se tornando realmente um estilo de vida, que tem rendido muitos milhões às marcas que perceberam como abraçar e embarcar nesse movimento. Cada vez mais, o consumo de produtos esportivos aumenta entre as mulheres, que hoje já gastam quase o mesmo que os homens, com o consumo bem dividido entre gêneros. São sinais de mudanças significantes, e de que as mulheres chegaram realmente para ficar no ambiente esportivo.