// Livro Mulheres Negras no Conselho celebra 5 anos do Conselheira 101

Meio & Mensagem
20 de maio de 2025 – 9h42

Capa do livro “Mulheres Negras no Conselho” e Jandaraci Araújo, cofundadora e presidente do Instituto Conselheiras 101 (Crédito: Divulgação)

O livro Mulheres Negras no Conselho acaba de ser lançado pela Editora Leader, em parceria com o Instituto Conselheira 101. A obra inédita reúne reflexões, trajetórias e vivências de mulheres negras que atuam ou se preparam para ingressar em conselhos de administração, consultivos e fiscais no Brasil. A publicação celebra os cinco anos do programa Conselheira 101, criado em 2020 com apoio do IBGC, KPMG e WomenCorporateDirectors (WCD), com o propósito de promover a inclusão de mulheres negras em conselhos corporativos.

A obra faz parte do selo editorial Série Mulheres, idealizado pela Editora Leader, sob a direção da fundadora CEO Andréia Roma, que tem como objetivo dar voz às mulheres na literatura e ampliar sua representatividade em diferentes áreas do conhecimento. A coordenação do livro é de Jandaraci Araújo, presidente do Instituto Conselheira 101, ao lado da cofundadora do programa, Lisiane Lemos, e Denise Barbosa, International Trade Advisor da Embaixada dos Estados Unidos.

Entre as autoras convidadas estão Carmen Eduardo, diretora executiva da AstraZeneca Brasil; Dione Assis, advogada e fundadora da Black Sisters in Law; Dirlene Silva, economista; Ednalva Moura, consultora de ESG; Joice Pelegrino, diretora global da Business for All; e Vania Bezerra, diretora de compromisso social no Hospital Sírio-Libanês.

“Este livro é um marco na história da governança corporativa no Brasil. Reunimos trajetórias que quebram paradigmas e mostram que a liderança negra está pronta, qualificada e comprometida com o futuro dos negócios e da sociedade”, afirma Jandaraci Araújo.

No dia 19 de maio, as coautoras da obra foram homenageadas em um evento onde receberam o troféu “Série Mulheres – Por mais Mulheres na Literatura”, como reconhecimento pelo impacto de suas histórias e pelo legado que deixam no protagonismo feminino negro no ambiente corporativo. O lançamento oficial será no dia 20 de maio, na Livraria Cultura, em São Paulo.

Para além de registrar essas histórias, o livro também servirá de inspiração para as próximas gerações. “A ideia é levar o livro para as escolas e universidades, principalmente as escolas de periferia, para que as meninas saibam que podem sonhar alto e se inspirar nas histórias dessas mulheres”, relata Jandaraci.

Conselheiras 101

O Programa Conselheiras 101 tem promovido uma transformação no ecossistema de governança ao formar, conectar e impulsionar mulheres negras e indígenas para posições estratégicas em empresas e organizações brasileiras. Desde a primeira turma, em 2020, a iniciativa já formou mais de 150 mulheres, das quais 50% já atuam em conselhos.

“As mulheres negras não chegam a ser 1% dos cargos de alta liderança. Ainda estamos muito aquém do esperado. E o maior objetivo do instituto é dar visibilidade para essas mulheres e ampliar a rede de network delas, para que, além de qualificadas, elas também sejam consideradas para essas posições”, destaca a cofundadora.

Para a executiva, no contexto internacional de retrocesso das políticas de diversidade e inclusão no ambiente corporativo, lembrar da importância da diversidade nesses espaços de tomada de decisão é fundamental. “O valor está em trazer vivências distintas para dentro da empresa. Cada indivíduo contribui com suas experiências pessoais, porque hard skills a gente treina, mas o que realmente faz diferença são as competências comportamentais: resiliência, capacidade de superar barreiras e saber agir em momentos de crise. E num mundo cada vez mais volátil, com tensões geopolíticas e mercados que se fecham, essa multiculturalidade torna-se determinante para o sucesso das empresas”, reforça Araújo.

O programa segue para a sua quinta turma, e reúne conquistas e aprendizados nestes cinco anos de existência. No ano passado, o Conselheiras 101 levou as alunas pela primeira vez para um curso internacional na UCLA (Universidade da Califórnia em Los Angeles), com apoio da B3.

Para além dos patrocinadores iniciais, o projeto ampliou sua rede de parceiros com a Fundação Dom Cabral e, mais recentemente, com o fundo Valoradar, que permitirá que as alunas possam atuar nos conselhos das empresas investidas pelo fundo. A iniciativa também busca ampliar o perfil de suas alunas olhando para as interseccionalidades, e incluindo pessoas trans, indígenas, imigrantes e fora do eixo sudeste e sul do Brasil.


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